Um reencontro comovente está prestes a acontecer.
Três filhos e uma mãe, depois de 14 anos sem notícias ou aparição uns dos outros, voltarão a se ver na manhã desta quarta-feira (8).
A articulação é do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Almeirim, no Baixo Amazonas, que, elaborando diagnósticos sociais, identificou na comunidade Repartimento dos Pilões, no distrito de Monte Dourado, naquele município, o lamento do agricultor Manoel Silva: divorciado, mudou de cidade e, sem querer, acabou afastando a prole da ex-mulher.
Os dados foram cruzados com levantamentos da Emater em todo o Pará. O resultado apontou para a Transamazônica, onde uma produtora rural também se queixava de parentes desaparecidos. Aí entrou, conjugada, a parceria do escritório regional da Emater em Altamira.
“É tecnologia social aplicada no campo”, resume o chefe do escritório local da Emater em Almeirim, o técnico em agropecuária Elinaldo Silva, mais conhecido como “Kiko”.
Com o apoio também da Fundação Jari e acompanhados por Kiko, os irmãos Manoela, 20; Jotaniel, 18, e Daniele, 15, agora estão a caminho do Travessão Novo Horizonte, em Anapu, percorrendo trechos de estrada, rio e ar. O filho de Manoela, de 5 anos, e o pai, Manoel, completam o grupo.
São pelo menos 400 km de viagem até a casa de Marinéia de Jesus. “Nunca perdi a esperança de encontrar meus filhos. O trabalho da Emater é abençoado. Os técnicos da Emater, que vejo terem amor à profissão no dia-a-dia do campo, se emocionam junto com a gente numa situação como esta. O serviço de extensão rural tem seu valor – e nós, população rural, fazemos parte dessa valorização”, conta Marinéia.
Ela organizou uma grande festa no assentamento. Convocou até parentes do Maranhão.
Outras situações semelhantes, de famílias rurais em busca do paradeiro de familiares, estão sendo cadastradas pela Emater, para checagem e possível solução.
Entenda a História
Há mais de uma década Marinéia perdeu o contato com os três filhos pequenos, que foram morar com o pai depois que o casal se separou. A família, de Novo Repartimento, no sudeste do estado, se desencontrou quando, ao longo do primeiro ano do divórcio, a agricultora se mudou para Anapu, e o ex-marido, Manoel Silva, para o distrito de Monte Dourado.
Sem acesso à internet e morando dentro de assentamentos federais onde celular não funciona, a família só conseguirá se reencontrar graças aos diagnósticos sociais elaborados pela Emater em cada município.
Uma mãe desesperada atrás da prole e um pai interessado em que os filhos voltassem a conviver com a mãe foram identificados por meio de metodologias de pesquisa de perfil também humanístico da agricultura familiar, que a Emater executa regularmente quando no mapeamento e atendimento das propriedades rurais.
Fonte: Portal Emater
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