segunda-feira, 13 de abril de 2020

PADRE VILECI TRÁS AS ULTIMAS INFORMAÇÕES SOBRE COVID 19 EM GUAYAQUIL NO EQUADOR


O padre Vileci está em Guayaquil no Equador e trás as ultimas informações sobre a pandemia naquele País. A cidade concentra mais de 70% dos casos.
Por Padre Vileci Vidal: DESTERRO - 7

GUAYAQUIL E O COVID-19

Guayaquil é a capital de Guayas, no Equador. Segundo o senso de 2010, a população de Equador é estimada em 17,37 milhões de pessoas. Guayaquil é a primeira cidade em população 2,291 milhões e Quito, capital da província, tem 1,619 milhão de pessoas. Isso justifica porque Guayaquil tem maior número de pessoas infectadas pelo coronavírus no país, 73% dos casos (cerca de 4.000 pacientes). Equador tem uma cifra de 7.529 infectados, 597 recuperados e 355 mortes (estes dados sempre alteram a cada instante). E mais dados serão aumentados quando começar a operar o teste rápido. Os médicos estimam que em Guayaquil às mortes possam chegar entre 2.500 a 3.500 pessoas. Essa doença provocou colapso no sistema hospitalar e funerário do país. O governo de Equador informou neste domingo (12) que conseguiu remover quase 800 corpos de pessoas que morreram em suas residências, 631 em hospitais de Guayaquil no decorrer destas três semanas.

A população está receosa que sejam todos de coronavirus. Por isso se tem atrasado a transferência de corpos. Diante da situação, moradores de Guayaquil transmitiram vídeos de corpos abandonados nas ruas e depoimentos de moradores que ficaram de 3 a 5 dias com seus mortos em casa, devido os médicos se recusarem a dar a causa da morte e as funerárias não quiserem fazer o atendimento por medo da doença. Outro problema tem sido o custo muito alto para o uso de uma sepultura. Familiares estão indo enterrar seus mortos no interior se desviando do policiamento. Pois, não há espaço suficiente nos cemitérios.


Na região onde está o bairro Monte Sinai, existem cerca de 200 mil pessoas e nenhum cemitério. A administração municipal resolveu construir um cemitério nesta localidade e os moradores reagiram justificando ser inadequado por ficar ao lado de um riacho, próximo ao hospital e das residências. Todos temem que seja apenas uma vala ou fossa para depositar os mortos. Houve uma negociação com lideranças do bairro e mudou o local da construção.

O presidente Lénin Moreno está sempre usando os meios de comunicação para dar informações e coloca como prioridade neste momento a questão sanitária, a economia e o problema social. Os veículos particulares circulam no país uma vez por semana, controle feito de acordo com o final da placa, o toque de recolhimento é 15 horas e para sábado e domingo 24 horas. As mesmas normas determinadas no Brasil, também no Equador, cada necessitado receberá $ 60,00. Será votado uma lei que se reduzirá os salários do presidente, vice-presidente e deputados em 50% e os empregados de carteira assinada se descontará 10% do seu ganho para uma conta solidária contra o COVID-19 neste tempo de pandemia.


Entretanto, neste tempo de crise, os empresários pressionam o governo para retirar subsídios que impede o não aumento do petróleo e gás de cozinha. Porém, as comunidades indígenas, pela segunda vez, protestam fechando as estradas das serras para evitar tal ação do governo.

Os povos indígenas são bastante respeitados pela população equatoriana. Estas ações mostram a força de organização e seu protagonismo. Nestes dias, o bairro Monte Sinai foi abastecido pelas comunidades indígenas na distribuição de alimentos e folha de eucalipto para combater a febre, gripe e purificação dos pulmões através da inalação do chá contra o efeito coronavírus.

Outras ações estão sendo feitas pelas comunidades de base na distribuição de alimentos aos mais carentes. Tem-se notado o despertar de lideranças, principalmente entre as mulheres que fazem um trabalho de acompanhamento terapêutico através da medicina natural neste tempo de pandemia. Esta pode ser uma das razões porque a periferia tem sido menos afetada. Usa-se também o chá da folha da manga para manter a imunidade.

O bairro Monte Sinai tem sua história marcada pelas ocupações de terras públicas. Não se tem uma política de saneamento básico, somente em algumas ruas existem piçarramento e não tem água encanada. Todos os dias passa o carro pipa vendendo água. As casas mais simples dos pobres são construídas de bambu. E assim é, também, a arquitetura da igreja da Paróquia Batismo de Jesus.

No caminhar da fé, nesta América Latina, somos muito, mas formamos um só corpo: onde sofre o teu irmão, a tua irmã, ali deve está o nosso coração!

Pe. Vileci - Brasil
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