VERGONHA DESUMANA

Para quem assistiu a reportagem sobre as delegacias do Brasil exibida no Fantástico ontem a noite e repetida hoje no Bom Dia Brasil na Rede Globo de televisão deve ter ficado estarrecido com tanta desumana atuação de parte de nossos policiais e do Poder Público. Ora bem meus amigos, vivemos em um país onde reina a impunidade, isso é uma grande verdade. Mais, para a nossa grande surpresa é que as imagens exibidas na reportagem não nos causa surpresa nenhuma. Casos como a jaula humana em Bacabal - MA, delegacias superlotadas em Araguaina - TO, presos junto com presas em Santa Inês - MA e assassinos soltos como em Açailândia, são comuns no nosso dia a dia. Tivemos até uma reportagem sobre São Geraldo do Araguaia, onde a Policia civil que atende aqui em Piçarra demorou mais de 02 horas para atender o reporter, e o Secretario de Segurança do Estado do Pará ainda falou que acha isso normal por causa do rodizio de turno. Vimos também o caso dos mortos de Luziania em Goiás que demoram mais de 4 horas para serem removidos para o IML e isso foi colocado como preocupante. Pois bem amigos, e o que isso tem a ver com a gente, será que tem? Vejam só, se dermos uma olhada, veremos que estamos em situação bem pior, para começar não temos delegacia, a policia civil de São Geraldo é que nos atende, ou deveria nos atender, veja que para registrar um BO (boletim de ocorrência) temos que nos deslocar 45km e esperarmos ás vezes até o dia todo para sermos atendido. Outro fato é que quando morre alguém aqui em Piçarra, o IML de Marabá demora até 12 horas para vir aqui, quando vem, assim como ocorreu com a morte de Gildeon, Cicero Baiano na vila Anajá e outros casos. É meus amigos, aqui também é um pedacinho de um Brasil sofredor que necessita urgentemente de atenção. Casos como o exibido na Rede Globo também fazem parte do nosso dia a dia. Sei que as pessoas ficam com raiva quando denuciamos fatos ou falamos de problemas públicos, mais em um País democrático é uma vergonha desumana ficarmos calados. Alguém tem que soltar a voz de vez em quando.