A usina terá carga suficiente para atender 60 milhões de pessoas
em 17 Estados, 40 % do consumo residencial de todo o País
A
presidenta Dilma Rousseff inaugurou, nesta quinta-feira (5), a usina
hidrelétrica de Belo Monte, localizada no município de Altamira, sudoeste do
Pará. Construída no rio Xingu, a usina é a maior hidrelétrica 100% nacional e a
terceira maior do mundo. Com capacidade instalada de 11.233,1 megawatts (MW).
Isso significa carga suficiente para atender 60 milhões de pessoas em 17
Estados, o que representa cerca de 40% do consumo residencial de todo o País.
Duas
turbinas já começaram a gerar energia comercialmente desde abril, uma na Casa
de Força Principal, no Sítio Belo Monte, e a outra, na Casa de Força
Complementar, no Sítio Pimental. Juntas, adicionam 649,9 MW ao Sistema
Interligado Nacional (SIN), operação também autorizada pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A usina
de Belo Monte foi leiloada, em 2010, por R$ 25,8 bilhões para a empresa Norte
Energia S.A., responsável pela construção e operação da hidrelétrica. Segundo
informações da empresa, as obras civis do empreendimento estão praticamente
concluídas e a previsão é que a cada dois meses, em média, seja ativada uma
nova turbina até o pleno funcionamento da hidrelétrica, em 2019.
A
construção de Belo Monte atende aos interesses do governo brasileiro de
produzir energia limpa, renovável e sustentável para assegurar o
desenvolvimento econômico e social do País. Os primeiros estudos começaram na
década de 1970 e, desde então, o projeto original sofreu várias modificações
para que fossem reduzidos os impactos ambientais da usina.
Através
da interligação dos reservatórios por um canal, o chamado modelo de usina a fio
d’água permitiu que Belo Monte ocupasse uma área 60% menor do que a prevista no
projeto original. A mudança garantiu que nenhuma aldeia indígena próxima ao
empreendimento fosse inundada e a hidrologia do rio Xingu, preservada. A
piracema também não comprometida, graças a colocação de escadas de peixes que
preservam o equilíbrio da fauna aquática do Rio Xingu.
Responsabilidade
socioambiental
Cerca de
14% do total do orçamento de Belo Monte, cerca de R$ 4 bilhões, foram
investidos em melhorias em 12 municípios da área de influência da usina. Entre
essas ações, estão a instalação da rede de saneamento básico de Altamira,
construção de escolas e unidades de saúde, melhora da qualidade da água e dos
igarapés da cidade e na transferência de mais de 30 mil pessoas dessas áreas de
risco para cinco novos bairros construídos pela Norte Energia.
Para
preservar a floresta às margens do Rio Xingu, a empresa comprou 26 mil hectares
em uma faixa contínua, onde a vegetação está sendo enriquecida com espécies
nativas. Como compensação ambiental pelo empreendimento, foram repassados R$
135 milhões ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) para criar ou regularizar unidades de conservação ambiental.
Valorização
dos povos indígenas
Além de
garantir que nenhuma comunidade indígena seja realocada, a usina é o primeiro
empreendimento hidrelétrico com ações voltadas em benefício das aldeias do
entorno da obra. Com acompanhamento da Fundação Nacional do Índio (Funai),
projetos sociais vêm garantindo a segurança territorial, alimentar e ambiental
aos povos tradicionais do Médio Xingu. Foram mais de R$ 260 milhões em
investimentos de 2010, início do projeto, a 2016, com ações que beneficiam 3,5
mil indígenas de nove etnias, em 11 terras indígenas do médio Xingu.
Geração
de empregos
A
construção da usina gerou, no pico das obras, cerca de 20 mil empregos diretos,
e 40 mil empregos indiretos na região. O efeito indireto sobre a economia
também foi significativo, com o aumento na demanda por trabalhos relacionados,
serviços e insumos, o que dinamizou a estrutura produtiva das comunidades
próximas à hidroelétrica.
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