Com a presença de autoridades municipais e a
comunidade escolar, foi realizado no dia 21
de junho de 2018 (sexta-feira) o seminário de lançamento do projeto
Produção e Educação Agroecológica a partir da Escola Família Agrícola de Marabá
– Pará (Proefa). Desenvolvido por alunos, professores e gestores da Escola
Família Agrícola Professor Jean Hébette (EFA), a iniciativa trabalha a
associação da agroecologia à educação do campo, com atividades em sala de aula,
de cultivo da terra e criação de animais. O evento aconteceu na sede da
entidade, localizada no Km 23 da Rodovia Transamazônica (BR-230), sentido
Itupiranga.
“A ideia do projeto é a
crença da escola de que é possível produzir alimentos e conhecimentos agroecológicos,
em duas vertentes, na produção e na educação. Enquanto escola, nós
desenvolvemos atividades educativas e vamos fazer essa associação da educação
com o processo produtivo”, esclareceu Damião dos Santos, presidente do
Instituto de Promoção Ecológica e Social (IPÊS) e coordenador do Proefa, ONG
responsável por apresentar o projeto em setembro de 2017, no âmbito do edital
de patrocínio 2018 do Banco da Amazônia. “Foi então aprovado um contrato entre
o IPÊS e o Banco da Amazônia para esse projeto que nós estamos lançando hoje,
no valor de R$18 mil”, afirmou.
O patrocínio será usado
na construção de um biodigestor, que vai produzir biogás a partir dos dejetos
de animais, e também na criação de aves (para a produção de ovos e carne) e de
peixe da espécie tambaqui. “O projeto é de grande impacto na comunidade, porque
a gente trabalha uma ideia da unidade produtiva e educativa. Então, esses
espaços que nós visitamos serão laboratórios de aprendizagem para os alunos”,
reiterou Damião. O prazo de execução do convênio começou no último mês de maio
e termina em dezembro deste ano.
Diretor da EFA há dois
anos, Idelmar Silva dos Santos, destacou a importância do momento. “É uma forma
de divulgação do trabalho da escola. Principalmente, nesta questão da captação
de recurso, que é uma das nossas maiores dificuldades, para alavancar a
produção da instituição. Tanto do ponto de vista material, quanto do ponto de
vista simbólico e educacional”.
Com mais de 100 estudantes
matriculados, vindos dos municípios de Novo Repartimento, Itupiranga, São João
do Araguaia, Eldorado do Carajás e Bom Jesus do Tocantins, além de Marabá, e de
cerca de 30 assentamentos, a instituição incentiva a aprendizagem de uma forma
diferenciada e também o compartilhamento da informação.
“A ideia é que eles levem o
conhecimento para a comunidade, para difundir a questão da produção
agroecológica e desenvolver a produtividade, a soberania alimentar da
propriedade, nosso maior foco é esse”, completou Idelmar.
Segundo o secretário adjunto de
Educação, Orlando Morais, a Pedagogia da Alternância, aplicada ao projeto em
questão, permite que os alunos vivenciem os ensinamentos na prática e destaca
que isso os incentiva a estudar. “Os alunos tem aqui um amplo espaço para
criar, inventar, contribuir. A escola está de parabéns e a equipe, pelo
brilhante trabalho que está fazendo”. O vice-prefeito de Marabá, Toni Cunha
também esteve no evento e disse que exemplos como o da Escola Família Agrícola
deveriam se espalhar pelo estado.
“A EFA mostra que é possível praticar
uma agricultura de subsistência, de qualidade, misturada com a educação,
fixando o homem ao campo, para aquela família que tem vocação rural ocupar os
espaços do campo e ter oportunidade e preparo para progredir, se mantendo e,
quem sabe, até sobrando algo para comercializar. A região de Marabá tem 86
assentamentos e sudeste do Pará, 513, mas muito pouco se produz nestes locais e
há pouco incentivo do governo federal”.
(Texto: Nathália Viegas Foto:
Evagelista Rocha – Correio de Carajás)
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