O Ministério Público Eleitoral no Pará (MPE-PA) informou neste sábado que mais de 2 mil políticos podem ter suas candidaturas impugnadas no Estado. As listas de políticos com contas rejeitadas ou condenados por crimes ou por improbidade administrativa foram enviadas ontem para os promotores eleitorais.
O material foi coletado junto aos Tribunais de Contas da União (482 nomes), do Estado (1.170) e dos Municípios (570), ao Tribunal Regional Eleitoral (96) e ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (238), além de uma compilação do próprio MPE a partir de informações de Câmaras Municipais, Assembléia Legislativa do Pará, Polícia Civil e órgãos de classe.
O prazo para o apontamento das candidaturas que não podem ser registradas termina na próxima sexta-feira, dia 13. O número exato de inelegíveis só vai ficar claro depois das impugnações, porque muitos nomes se repetem nas listas. No caso dos políticos com contas rejeitadas, há também ressalvas, porque só ficam inelegíveis aqueles que tiveram condenações por "irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa", conforme a Lei da Ficha Limpa. A avaliação sobre cada condenação cabe ao promotor eleitoral que analisa o registro da candidatura.
No caso dos processos eleitorais, ficam inelegíveis os candidatos que tenham sido condenados pelo TRE ou quando houve trânsito em julgado nas próprias zonas eleitorais. Para as condenações na Justiça comum, o MPE obteve informações sobre condenações em improbidade administrativa apenas junto ao TRF da 1ª Região. O Tribunal de Justiça do Pará argumentou falta de estrutura e não enviou informações. Os dois tribunais deixaram de enviar informações sobre condenações criminais.
Para o Procurador Regional Eleitoral, Igor Nery Figueiredo, a falta de informações criminais não deve gerar problemas na análise das candidaturas. "Os pedidos de registro devem vir acompanhados de certidões de antecedentes criminais, o que resolve qualquer dificuldade de análise na área criminal. O gargalo está nas condenações por improbidade administrativa, que terão que ser consultadas diretamente, caso a caso, no site do Tribunal de Justiça", disse Figueiredo.
"É a primeira eleição em que aplicamos a Lei da Ficha Limpa e, com o esforço de todos os tribunais, obtivemos informações consolidadas que ajudam no cumprimento dos prazos de impugnação. Certamente, nas próximas eleições, as listas estarão cada vez mais detalhadas", completou.
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